Plantas medicinais comercializadas na feira livre do município de Pocinhos-PB: conhecimentos do raizero versus literatura
Palavras-chave:
Plantas medicinais, chá, doençaResumo
A riqueza de recursos naturais do Brasil oferece uma gama de espécies vegetais com potencial na profilaxia e tratamento de várias enfermidades. Na medicina popular o raizeiro tem um papel fundamental para o uso das plantas medicinais, “receitando-as” para atender as necessidades da população. O presente estudo teve como objetivos registrar as plantas medicinais comercializadas por raizeiros na feira livre do município de Pocinhos-PB, verificando suas respectivas indicações terapêuticas, parte utilizada e o seu modo de utilização, além de analisar e comparar as semelhanças e/ou divergências das plantas citadas com as indicações descritas pela literatura. O estudo foi realizado após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba, protocolo nº 12129713.4.0000.5182. A metodologia adotada foi a de questionários semi-estruturados, contendo informações sobre as espécies medicinais. Foi possível identificar 25 espécies distribuídas em 14 famílias. O chá (92%) foi a principal forma de utilização indicada pelo raizeiro. Quanto à parte vegetal, verificou-se que são usadas para comercialização principalmente as folhas (40%). Através da listagem livre, verificou-se que as plantas são procuradas para diferentes tipos de enfermidades, desde doenças dos aparelhos digestivo, respiratório, circulatório a problemas hepáticos ou relacionados ao sistema nervoso central. As indicações do raizeiro quando comparadas com as da literatura demonstram que as informações obtidas têm um grau de veracidade confiável, pois nos resultados observa-se um expressivo percentual de 88% de concordância, demonstrando que esse profissional mesmo sem o conhecimento científico adequado conhece bem o uso etnomedicinal das espécies comercializadas.
Referências
2. Adriano, J. Desenvolvimento de forma farmacêutica tópica gel contendo o extrato seco de Ipomoea pes-caprae. [Dissertação]. Universidade Vale do Itajaí; 2009.
3. Freitas, AVL; Coelho, MFB; Azevedo, RAB; Maia, SSS. Os raizeiros e a comercialização de plantas medicinais em São Miguel, Rio Grande do Norte, Brasil. R. Bras. Bioci. 2012; 10 (2): 147-156.
4. Bredow, C.; Sert, MA.;Albiero, AM. Mitos e Verdades Sobre as Plantas Medicinais. VI Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar; 27 a 30 de outubro de 2009; Maringá-PR.
5. Gomes, ECS.; Barbosa, J; Vilar, FCR; Perez, JO.; Ramalho, RC. Plantas da caatinga de uso terapêutico: levantamento etnobotânico. II Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica; 2007; João Pessoa-PB.
6. Gonsalves, EM. Iniciação à pesquisa científica. 3 ed. Campinas: Alínea. 2001.
7. Polit, DF.; Beck, CT.; Hungler, BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
8. Vergara, SC. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
9. IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. http://www.censo2010.ibge.gov.br - Acessado em 24 de Março de 2013.
10. Alves, RRN; Silva, AAG; Souto, WMS; Barboza, RRD. Utilização e Comércio de Plantas Medicinais em Campina Grande, PB, Brasil. Rev. Elet. de Farmácia (REF). 2007; IV (2):175-193.
11. Lorenzi, H; Matos, FJA. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. 1ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
12. Saad, GA; Léda, PHO; Sá, IM; Seilack, ACC. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 1ª ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2009.
13. Sousa, MP; Matos, MEO; Matos, FJA; Machado, MIL; Craveiro, AA. Constituintes químicos ativos e propriedades biológicas de plantas medicinais brasileiras. 2ª ed. Fortaleza: Editora UFC, 2004.
14. Lima, JLS; Furtado, DA; Pereira, JPG; Baracuhy, JGV; Xavier, HS. Plantas medicinais de uso comum no nordeste do Brasil. 1ª ed. Campina Grande: Ludigraf Editora e Gráfica Ltda, 2006.
15. Brasil. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. Brasília: Anvisa, 2011.
16. Pilla, MAC.; Amorozo, MCM. Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de Mogi-Mirim, SP, Brasil. Acta bot. bras. (2006); 20(4): 789-802.
17. Simões, CMO; Schenkel, EP; Gosmann, G; Mello, JCP; Mentz, L.A; Petrovick, PR. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6ª ed. Porto Alegre: UFRGS, Editora da UFSC, 2010.
18. Cunha, AP. Farmacognosia e Fitoquímica. 3ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.
19. Brasil. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe técnico nº 45, de 28 de dezembro de 2000. Brasília: Anvisa, 2010.
20. Matos, FJA. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego das plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 3ª ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2007.
21. Gazzaneo, LRS; Lucena, RFP; Albuquerque, UP. Knowledge and use of medicinal plants by local specialists in an region of Atlantic Forest in the state of Pernambuco (Northeastern Brazil). J. Ethn. Ethnome. 2005; 1: 1-8.
22. Jesus, RPFS; Costa, MRM; Bastos, IV; Couto, GBL; Pereira, MSV; Souza, IA. Ação antibacteriana e antiaderente de Pithecellobium cochliocarpum (Gomez) Macbr sobre microrganismos orais. Odontol. Clín.-Cient. 2010; 9 (4): 331-335.
23. Dantas, IC; Guimarães, FR. Plantas Medicinais Comercializadas no Município de Campina Grande, PB. Rev. Biol. Farm. 2007; 1(1): 1-13.
24. Dantas, IC. O Raizeiro. 1ª ed. Campina Grande: EDUEP, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a sua publicação, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.