65 anos depois: Diversidade e composição florística de uma floresta ribeirinha reflorestada por meio do plantio de espécies exóticas

Autores

  • Bruno Almozara Aranha Geonoma Florestal https://orcid.org/0000-0003-2502-0481
  • Maurício Romero Gorenstein Universidade Tecnológica do Paraná, Campus Dois Vizinhos
  • Silvana Cristina Pereira Muniz de Souza Instituto Florestal Divisão de Dasonomia Seção de Madeira e Produtos Florestais https://orcid.org/0000-0001-9355-6005
  • João Luis Ferreira Batista ESALQ/USP Departamento de Ciências Florestais Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal

DOI:

https://doi.org/10.14808/sci.plena.2018.082401

Palavras-chave:

Floresta Estacional Semidecidual, espécies invasoras, restauração ecológica.

Resumo

Se, por um lado, a utilização de espécies exóticas pode dificultar a recuperação de ecossistemas naturais, por outro, diversos estudos realizados nas últimas décadas demonstram o contrário, sugerindo que tais plantios podem catalisar a regeneração natural em seu subosque e, consequentemente, favorecer o processo de recuperação. Neste estudo, caracterizamos a riqueza, a diversidade e a composição funcional da comunidade arbórea resultante da regeneração natural sob um plantio de exóticas realizado há 65 anos em 0,95 ha de zona ripária (Piracicaba, SP) e comparamos a composição florística da área de estudo com remanescentes naturais na mesma região ecológica. Registramos 602 ind ha-1 (411 ind ha-1 nativos, 148 ind ha-1 exóticos e 43 ind ha-1 mortos), pertencentes a 76 espécies (61 nativas e 15 exóticas). As espécies exóticas corresponderam a 26% dos indivíduos. Predominaram dentre as nativas, espécies zoocóricas (48%), secundárias (60%) e tolerantes à sombra (94%). Dentre o total de espécies, 11,5% apresentaram algum grau de ameaça de extinção. A diversidade para as espécies nativas foi de H’ = 3,3. A área reflorestada esteve dentro dos padrões encontrados para vegetações semelhantes em bom estado de conservação, a similaridade florística variou de 0,31 a 0,18. Alguns elementos florísticos estiveram ausentes e a riqueza de espécies foi menor do que o esperado. As espécies exóticas ainda ocupam um espaço importante na comunidade, entretanto não impediram o estabelecimento de um grande número de espécies nativas provenientes do entorno. As espécies exóticas plantadas atuaram como facilitadoras da regeneração natural, catalizando o processo de recuperação da biodiversidade original do local.

Biografia do Autor

Bruno Almozara Aranha, Geonoma Florestal

Engenheiro Florestal pela ESALQ/USP

Mestre e Doutor em Biologia Vegetal pela UNICAMP

Empresário e Consultor na área ambiental e florestal

Maurício Romero Gorenstein, Universidade Tecnológica do Paraná, Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica do Paraná

Silvana Cristina Pereira Muniz de Souza, Instituto Florestal Divisão de Dasonomia Seção de Madeira e Produtos Florestais

Seção de Madeira e Produtos Florestais

Área de Ecologia de populações e espécies exóticas invasoras

João Luis Ferreira Batista, ESALQ/USP Departamento de Ciências Florestais Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal

Departamento de Ciências Florestais

Área de Mensuração Florestal e biometria ecológica

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Publicado

2018-09-25

Como Citar

Aranha, B. A., Gorenstein, M. R., Souza, S. C. P. M. de, & Batista, J. L. F. (2018). 65 anos depois: Diversidade e composição florística de uma floresta ribeirinha reflorestada por meio do plantio de espécies exóticas. Scientia Plena, 14(8). https://doi.org/10.14808/sci.plena.2018.082401